Cúrcuma - O milagroso Açafrão-das-Índias
A cúrcuma também conhecida por açafrão-da-Índia é muitas vezes chamada erradamente, apenas de açafrão. Trata-se de plantas distintas, quer a nível das suas propriedades quer em relação às famílias a que pertencem. O açafrão é uma Iridácea e as partes utilizadas são os estigmas. A cúrcuma é uma Zingiberácea e utiliza-se o rizoma.
A cúrcuma é uma planta exótica, cultivada e utilizada nos trópicos: Ásia, Austrália, Caraíbas e África. Destaca-se pela intensa cor amarela do seu rizoma, a qual, deu origem ao nome que em inglês é turmeric e deriva do latim terra merita, referindo-se a um pigmento mineral de cor amarela.
Na Índia é usado nos rituais Hinduistas para colorir as vestes dos sacerdotes. A água de cúrcuma é um cosmético usado neste país e, na Índonésia, para incutir um brilho dourado à pele das mulheres.
Propriedades medicinais
É uma grande panaceia na medicina Ayurvédica e na MTC (medicina tradicional chinesa). Na Tailândia é recomendado para tratar tonturas, úlceras, gonorreia, infecções fungícas, pé de atleta, picadas de insecto. No Japão é utilizado igualmente para fins medicinais e culinários.
Na Idade Média já era conhecida e bastante apreciada na Europa como corante e remédio e não como especiaria. Era usada para tingir artigos de pele e corantes alimentares como licores, queijo, manteiga e pastelaria.
Ao que se sabe, terá sido o médico grego Dioscórides quem lhe deu o nome de açafrão-da Índia.
O outro açafrão (Crocus sativa), é ainda hoje, a especiaria mais cara do Mundo, pois são necessárias cerca de 150 mil flores para obter 1 kg de estames de açafrão seco. Não é de origem tropical mas sim árabe e sul da Europa e chegou à Europa pelas rotas do comércio árabe.
Como especiaria e muito cobiçada também pela indústria têxtil, era comum a sua falsificação. Como castigo os falsificadores eram queimados junto com toda a mercadoria falsificada.
Foi a partir dos anos 70 do séc. XX que se começaram a fazer estudos mais aprofundados sobre a cúrcuma.
Descrição e habitat
Existem muitas variedades de cúrcuma mas a que nos interessa para fins terapêuticos é a C. longa. Também conhecida por açafrão-da-terra e gengibre amarelo. É uma planta herbácea, perene, com ramificações laterais compridas. Folhas compridas, elíticas e pontiagudas, com cerca de 50 cm de comprimento, flores amarelas, com pétalas verde-claro, e pétalas roseadas em inflorescência cónica. Do rizoma saem as folhas e as hastes florais. Reproduz-se por pedaços dos rizomas que apresentam gemas (olhos), gosta de solo fértil e bem drenado. Uma vez adaptada ao local alastra-se, pois o rizoma principal emite numerosos rizomas laterais. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos amarelos intensos.
Constituintes e propriedades
O seu ingrediente mais activo é a curcumina que apresenta fortes propriedades antioxidantes. Tem uma marcada acção anti-inflamatória muito eficaz no tratamento de dores reumáticas e artrite reumatóide.
Aumenta a secreção biliar ajudando a metabolizar gorduras. É hepato protectora, digestiva, anticoagulante do sangue, anti-cancerígena e um dos melhores anti-inflamatórios do reino vegetal.
Para que a curcumina seja melhor assimilada, deve-se juntar uma pitada de pimenta preta à cúrcuma. É ainda anti-fúngica, anti-viral, anti-bacteriana e hipoglicémica.
Em uso externo é um excelente cicatrizante de feridas, especialmente em casos de Staphylococcus aureus.
Culinária
É um dos principais ingredientes do caril, responsável pela sua cor amarela. Entra na coloração de molhos, mostarda, manteiga, queijo. Combina bem com pratos de arroz, sumos, marisco, ovos, entre outros.
Nota: Para potenciar ao máximo os efeitos benéficos no organismo, os 4 magníficos têm de ser ingeridos em conjunto!